“Todo líder deveria ver a si mesmo como responsável por mentorar cada um dos seus subordinados diretos. Mentoring é uma responsabilidade da liderança, assim como treinar e dar feedbacks.” David Marquet, ex-comandante da Marinha dos Estados Unidos. Mentoring (ou mentoria) é um processo relacionado ao escopo de gestão de pessoas que consiste em uma parceria entre um mentor que, com base no seu conhecimento e experiência, contribui para o desenvolvimento de outra pessoa.
Dessa forma, ao analisar as principais corporações do meio empresarial, fica evidente que existem diversos estilos de liderança, tornando qualquer definição de “líder ideal” incorreta. Contudo, um estudo realizado por Paulo Erlich, mestre em Gestão Empresarial, comprovou que certas maneiras de liderar promovem um maior desenvolvimento do colaborador, contribuindo positivamente para que organizações alcancem suas metas e consigam melhores resultados.
Uma dessas maneiras provêm da valorização do fator humano. Sem perder sua autoridade, o líder tem a função de valorizar o potencial de cada colaborador. Para isso, ele cria um ambiente de apoio e compartilhamento de experiências e conhecimento, contribuindo, assim, para o sucesso individual de cada funcionário e, consequentemente, da empresa.
Mas agora, quais são as práticas e comportamentos que caracterizam esse estilo de liderança? Muitas dessas estão relacionadas à uma gestão de pessoas eficiente, sendo esse o diferencial dessa maneira de liderar. São elas:
- Consciência da importância do fator humano e de seu desenvolvimento: O dever do líder é priorizar o bom relacionamento entre seus colaboradores impactando positivamente no Clima Organizacional da empresa. Isso, aliado à crença de que pessoas são capazes de desenvolver pessoas, permite com que seus funcionários se desenvolvam profissionalmente, gerando melhores resultados.
- Criação de uma Cultura Organizacional forte: Um líder que consegue inspirar seus colaboradores gerando valor para o propósito, missão, visão e valores da sua empresa, consegue criar uma Cultura Organizacional forte e, a partir dela, unir seus colaboradores em prol de uma causa que todos acreditem e seguem.
- Orientação e autonomia: A fim de potencializar a performance de seus colaboradores, é necessário que o líder os oriente sobre questões técnicas e comportamentais. Contudo, essa orientação deve ser acompanhada da criação de um senso de autonomia, criando um ambiente em que os funcionários se sintam confortáveis e preparados para criar as próprias metas e desafios. A função do líder a partir daí é de mero acompanhamento e, se necessário, orientação e auxílio.
- Aprendizado a partir de feedbacks e exemplos: Cabe ao líder guiar e desenvolver o colaborador por meio de feedbacks, sejam esse de reconhecimento ou desenvolvimento. Portanto, é a partir dessa relação interpessoal cordial e respeitosa que o colaborador vai ficar ciente de seu desempenho, podendo a partir disso se desenvolver. Por sua vez, o líder deve ter a consciência que é visto como referência tanto no que tange suas competências intelectuais como também a sua postura e comportamento. Dessa forma, suas ações devem transparecer os valores e o que é ou não aceito pela empresa.
Um estudo realizado pela Academy of Management Review concluiu que existem três níveis de confiança que um líder deve atingir para conquistar a confiança de uma empresa:
- Técnica: O líder transparece habilidades e conhecimento sobre seu ramo de atuação.
- Ética: As ações do líder são guiadas por um conjunto de princípios éticos e íntegros.
- Emocional: O liderado confia que seu líder se preocupa com seu bem-estar e seu desenvolvimento.
A partir das práticas e comportamentos previamente mencionados, o líder consegue atingir o nível de confiança emocional com seus colaboradores, fazendo com que estes se tornem mais engajados e, como consequência, encontrem um propósito no serviço prestado, alcançando assim melhores resultados.
Alcançar os dois primeiros níveis apresentado no estudo realizado pela Academy of Management Review já é suficiente para ser considerado um grande líder. Entretanto, a implementação de práticas eficientes em gestão de pessoas te leva a atingir os três níveis, chegando ao ápice de um estilo de liderança que valoriza o fator humano.
Dessa forma, fica evidente que, independente do ramo empresarial, é necessário ao líder e a qualquer organização ou ter uma gestão de pessoas interna eficiente, ou contratar alguma consultoria terceirizada que, assim, potencialize o desenvolvimento de seus membros e consequentemente seus resultados.
Por Gabriel Tondato, graduando em Administração de Empresas na Fundação Getúio Vargas e Presidente da Consultoria RH Junior.