O trabalhador brasileiro dedica mais horas do dia no trabalho do que a média global: 32% dos habitantes de Belo Horizonte trabalham, em média, onze ou mais horas por dia, seguidos por 52% do Rio de Janeiro que trabalham, em média, nove a onze horas por dia, e apenas 5% dos assalariados de São Paulo trabalham menos de sete horas por dia, segundo o Portal G1. Não é de hoje que queremos que o dia tenha mais de 24h para dar tempo de concluirmos todos os compromissos dentro do prazo. Segundo pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 60,28% dos brasileiros querem melhores oportunidades de trabalho. Afinal, qual é o papel das empresas para com a saúde física de seus funcionários?
Investir na saúde dos funcionários, torna a empresa mais competitiva, além de alavancar o capital humano. Segundo a revista Exame, a cada 1 dólar investido na prevenção de doenças e na qualidade de vida de seu funcionário, 4 dólares serão economizados em serviços de saúde. Por outro lado, o IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia) aponta que doenças como diabetes, depressão e hipertensão são responsáveis por 72% das mortes no Brasil, mas que podem ser prevenidas e até mesmo evitadas através do incentivo de instituições e empresas para sua equipe realizar exames de check-up geral e praticar atividade física.
Benefícios da saúde nas empresas:
Além de tudo, é comprovado que atividade física periódica atrelada com o prazer de estar praticando permite a melhora da autoestima, do sistema imunológico, da redução da ansiedade, da qualidade de sono, entre outros. Do mesmo modo, acarreta-se uma exponencial melhora do ritmo de trabalho, do engajamento profissional e pessoal e da motivação do funcionário.
Ivan Okamoto, Doutor em Neurologia|Neurociências, comprova que o importante é praticar atividades estimulantes que aprimorem as habilidades motoras e sensoriais. De acordo com pesquisas, é comprovado que os neurônios nascem durante toda a vida de uma pessoa e que ao praticar atividade física, uma grande quantidade de sangue circula pelo cérebro permitindo a criação de novos neurônios no hipocampo, área responsável pela memória. Além disso, outras regiões cerebrais ligadas ao raciocínio e à cognição também se beneficiam com o hábito de praticar uma vida saudável.
A ABS (Associação Brasileira do Sono) diz que 60% dos brasileiros dormem menos de sete horas por dia. A higiene do sono, uma prática psicoeducacional, é dependente não só da saúde mental como da saúde física. Tendo isso em vista, hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, meditação e atividade física permitem uma noite de sono com qualidade.
O conceito de saúde:
Importante ressaltar que o termo ‘Saúde’ não possui o mesmo significado para todos pois depende de uma série de valores socio históricos. Os Hebreus acreditavam que a doença era sinal de desobediência à vontade divina; para o índios Sarrumá, a doença seguida de morte era causada pela maldição de um inimigo; na Medicina Grega, as divindades eram vinculadas à saúde; Galeno dizia que a doença provinha do desequilíbrio dos hábitos de vida; e Descartes pensava na saúde como “silêncio dos órgãos”. Posteriormente, a medicina evoluiu e foi criada a OMS (Organização Mundial da Saúde) em 1948, que classificou o conceito de ‘Saúde’ atual: bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidades.
A fim de entender e comprovar a teoria, empresas de todo o Brasil investem em benefícios como plano de saúde e day off para seus funcionários, o que tem gerado resultados positivos. Do mesmo modo que aumentar o salário médio pode gerar maior engajamento por parte do quadro de colaboradores, gerar valor para a saúde física e mental contribui para uma vida de qualidade dentro e fora de expediente. Enfim, proporcionando o aumento exponencial da força matriz das empresas, o capital humano.
Por Anna Paula Coelho, graduanda em Psicologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie e consultora na Consultoria RH Junior.