Todo partido político é uma empresa. Por definição, o partido é uma organização disciplinada que visa unir cidadãos com afinidades ideológicas e políticas. A instituição partidária tem como objetivo a disputa pelo poder político. Sendo assim, o viés empresarial dos partidos políticos se encontra no planejamento das relações interpessoais para alcançar o êxito com o “mercado consumidor”, esses sendo os eleitores. Tanto um partido como uma empresa necessitam de uma sistematização entre os colaboradores, políticos ou trabalhadores, para o desenvolvimento total da capacidade humana. Para explicar o fenômeno, mais do que nunca, a necessidade de um conhecimento sobre gestão de recursos humanos é fundamental.
A administração dos recursos humanos está na relação entre político, partido e público. Visto que um colaborador precisa estar motivado com as propostas, idealizações e as conexões com outrem de sua empresa, o mesmo acontece com os políticos e seus respectivos partidos. É necessário existir metas, pois elas funcionam como orientadoras das ações, o que auxilia nas tomadas de decisões. Além disso, é preciso um bom relacionamento dentro e fora do partido, pois um bom relacionamento desenvolve a comunicação necessária para que o partido consiga atingir seu potencial eleitoral. Dessa forma, tanto na empresa como no partido, um bom relacionamento desenvolve a comunicação entre os membros gerando um diálogo produtivo que fortalece as metas estipuladas.
Paralelamente, existe uma lógica de mercado por trás das organizações partidárias que está em conseguir o máximo possível de influência em seu meio por intermédio da comunicação com o público, uma forma de vender o partido como sendo o melhor “produto” para o bem geral de uma nação. A gestão de pessoas está em conseguir com que os políticos concretizem a venda de maneira que alcance o maior raio de pessoas e de forma mais produtiva possível. Um exemplo é a propaganda e a execução do governo Dória que possui um forte contato com o público por meio da mídia e toma medidas populistas que visam à adesão destes a favor do governo. Para isso, o prefeito tenta otimizar seu governo selecionando pessoas que possuem a mesma visão e prezam por uma boa gestão da cidade para se aliar, um modelo similar ao processo seletivo feito pelas empresas, por gestores de RH, que buscam um colaborador com o perfil e ideias análogas da companhia.
Desse modo, tanto no partido político como na empresa, o conhecimento de Recursos Humanos é essencial. Pois, quando a comunicação entre os membros é desenvolvida, o diálogo passa a ser produtivo e o pensamento mercadológico se torna unificado. Assim, com todos os membros ligados à um mesmo pensamento, consequentemente, eles estão ligados e engajados na meta estipulada, fazendo com que essa seja alcançada com maior eficiência e eficácia.
Por Gabriela Borsari, graduanda em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e Trainee na Consultoria RH Junior.