Com mudanças de mentalidade e busca por uma maior cooperação dentro das organizações, coloca-se cada vez mais em cheque qual caminho um líder deve seguir. Preferir o modelo tradicional, vertical e hierarquizado, no qual os processos são mais importantes que as pessoas ou optar pela liderança horizontal onde temos colaboradores mais independentes e a responsabilidade é igualmente repartida?
Por que nos prendermos a hierarquias e a um alto custo de burocracias? Max Weber já dizia que a burocratização promove a eficiência e é a condição essencial ao funcionamento de qualquer organização, seja pública ou privada. Mas seria tão difícil enxergar que os chamados “modelos clássicos racionais” têm seus limites?
Quando se começa a pensar em uma liderança horizontal, em contraponto à vertical, as altas gerências têm de serem companheiras de seus funcionários. Com isso, exige-se muito mais o comprometimento profissional, mas se ganha em uma comunicação cada vez mais franca, na qual a iniciativa em apontar problemas não é mais chantageada pelo medo da crítica ou desagrado.
Um processo que pode custar caro pela reformulação, porém atrela um capital humano que tende a assumir erros da forma mais verídica possível. Nele se leva em conta o princípio do consenso, que busca a integração que de início pode faltar.
E o papel do líder? Como deve ser?
Como Sim Sinek, autor do best-seller “Como Grande Líderes Inspiram Ação”
, afirma: “temos o sentimento de cooperação e confiança e, apenas quando o verdadeiro líder se sacrifica, coisas realmente impressionantes acontecem”.
Para ele somos forçados a gastar tempo e energia para nos proteger uns dos outros, enfraquecendo a organização. O constante medo de perder o emprego não faz com que confiemos em um líder. Dessa forma, o grande líder deve se sacrificar pelo seu povo, dar-lhes todas as possibilidades de crescimento para alçarem o maior voo que puderem.
Todavia, o verdadeiro líder não sacrifica seu povo em prol dos números. Este quem o faz é a autoridade, que prefere sobrepor seu ego ao justo, dedicar-se somente ao seu status e se limitar a uma pequenez tamanha de empatia.
Da mesma forma o real líder tem sempre que ter em mente: “Então por que demitir simplesmente pela questão do desempenho? A vida humana não vale mais que o número?”.
Este é o fato que nos difere dos animais, porque afinal se queremos construir uma sociedade justa a via é pelas relações humanas, e uma das mais importantes, a do trabalho, senão nos reduziremos simplesmente a uma civilização amorfa.
Por Luís Bernardo, graduando em Psicologia no Mackenzie e consultor externo na RH Junior Consultoria.