O termo “cultura”, em resumo, representa um complexo de normas e valores admitidos coletivamente dentro de um grupo ou sociedade, ou seja, as crenças, os conhecimentos, os costumes, as leis e a moral. Quando falamos em Cultura Organizacional, nos referimos a nada além do modo de vida de uma empresa em todos os seus aspectos. As regras e políticas, as técnicas, as ideias, a rotina e os valores adotados pelos colaboradores de uma organização são exemplos de componentes de sua cultura. E quais os privilégios de ter uma Cultura Organizacional forte e esclarecida dentro do ambiente de trabalho?
A produtividade de uma equipe depende da sinergia existente entre os integrantes, isto é, a capacidade de somar esforços para que em conjunto e em sintonia seja alcançado um resultado de êxito, potencializando e superando o desempenho esperado das partes individualmente. Para que haja sinergia, é primordial que os colaboradores possuam objetivos maiores em comum, tenham suas expectativas alinhadas e se identifiquem com os mesmos valores, em outras palavras, compartilhem de uma mesma cultura. Essa partilha de práticas e unidade de propósito que irá garantir um fiel compromisso e uma estimulante afinidade com a organização, além de designar a ”personalidade” da mesma.
Empresas como 3M, Sony, Facebook, IBM, Honda e Google estão entre aquelas que ostentam fortes culturas, aumentando o nível de satisfação e motivação dos colaboradores e consequentemente intensificando o rendimento e desempenho das equipes. Consequentemente, privilegiam-se de um fortalecimento nos resultados e de um enriquecimento na visibilidade.
Assim como o Google, o Facebook, por exemplo, ao passo que disparou em crescimento, virou sinônimo de cultura empresarial única, onde as reuniões diárias são feitas em salas abertas e os horários de trabalho são flexíveis, caracterizando uma cultura transparente e que incentiva a meritocracia.
Há culturas organizacionais adaptativas, determinadas pela maleabilidade e voltadas para a inovação e mudança, há culturas mais conservadoras, que prezam pela manutenção de ideais e tradições. Mas, um ponto em comum entre todas as culturas é que todos os colaboradores devem acreditar no que estão fazendo.
Nesse momento, abre-se margem para algumas possíveis perguntas: Como saber se estou contratando pessoas que de fato acreditam nos princípios da organização? Como medir a cultura da minha empresa? Há alguma métrica para mapear o grau da satisfação dos colaboradores? As respostas estão na manutenção e no investimento em Recursos Humanos.
Existem ferramentas e processos ligados a gestão de pessoas que estão muito relacionados ao entendimento e monitoramento de cultura organizacional, a Pesquisa de Clima Organizacional é um deles. Esse mecanismo promove um diagnóstico abrangente e profundo do clima da organização, em todos os seus aspectos. Tanto clima quanto cultura influenciam continuamente no desempenho e nos resultados, apesar de representarem conceitos distintos, sendo o clima um reflexo do dia a dia da empresa e do engajamento dos colaboradores no momento atual.
Visto isso, um mapeamento recorrente do clima de uma organização permite um entendimento preciso e concreto sobre o grau de satisfação dos membros em relação a mesma, que está proporcionalmente relacionado com a qualidade e potência da cultura.
A assertividade no Processo Seletivo de uma empresa também é essencial para a garantia de uma cultura forte e contínua. É preciso, na hora da escolha dos novos membros, ter em mente a análise de seus valores, ideais e objetivos, que podem, ou não, estar alinhados com a cultura da empresa. Tal alinhamento é primordial para evitar a contratação de pessoas que não se identifiquem com o ambiente de trabalho, não consigam aderir aos propósitos da organização e, assim, saiam em pouco tempo. Essa identificação do candidato com a cultura da empresa é chamada de Fit Cultural, e, portanto, para que ele ocorra, é muito importante que a estruturação e avaliação do Processo Seletivo seja estratégica e acompanhada por profissionais de Recursos Humanos.
Por fim, é possível concluir que a cultura representa o universo simbólico de uma organização, que tanto atrai como retêm membros motivados e norteados por um mesmo rumo, exprimindo a identidade e a marca de uma organização.
Por Camila Calil, graduanda em Psicologia no Mackenzie e Presidente na Consultoria RH Junior.