O ano de 2020, por mais que esteja em sua metade, representa uma transição histórica da humanidade a qual terá seus efeitos sentidos eternamente, sendo tais mudanças percebidas nos âmbitos sociais, políticos, econômicos e, sobretudo, pessoais. Estamos passando por um momento extremamente conturbado, pessoas morrendo pelo contágio de um vírus, outras pela cor da sua pele e outras até mesmo pela sua orientação sexual. Instabilidade política, cenário econômico decrescente, pessoas perdendo seu emprego e consequentemente passando fome. É essencial que entendamos como o capital humano pode ser uma resposta para essas questões. Em meio ao caos, o que nos resta é extrair o máximo de conhecimento possível dessa situação, valorizando e desenvolvendo o único agente capaz de gerar o progresso social: as pessoas.
Você já geriu uma pessoa hoje?
O termo “Gestão de Pessoas” é utilizado, em sua maioria, para se referir a aspectos empresariais, estando inserido no escopo da área de Recursos Humanos mais especificamente. Entretanto, seu entendimento e posterior aplicação deve ser considerada nos mais diversos contextos sociais. O ato de “gerir” uma pessoa não deve dar margem apenas para uma interpretação relacionada ao exercício de poder de um individuo sobre o outro. E sim, deve garantir que a empatia se torne uma prática recorrente e comum. Em “A prática da Empatia em momentos de crise, mas também fora deles”, artigo publicado pelo Great Place to Work, Lina Nakata, cientista de dados da GPTW e professora da FIA Business School, trata da empatia a partir de uma perspectiva de solidariedade e coletividade. E, por meio disso, evidencia o quanto cada ação individual faz a diferença em momentos como o atual. É justamente por isso que a expressão se faz necessária atualmente, tanto no ato de “saber falar” quanto no de “saber ouvir”. Por mais paradoxal que seja, os momentos de distanciamento devem ser os de maior aproximação.
Como otimizar o seu ambiente de trabalho
Contexto geral
A importância de gerir uma pessoa também deve ser destacada nos ambientes organizacionais. E, dentro desses, tal função não deve se restringir somente a área de Recursos Humanos. O papel de um líder se faz mais importante do que nunca. A medida que, em meio a tamanha incerteza e volatilidade macroeconômica, se torna imprescindível que as empresas possuam um ambiente de trabalho próspero. Assim, valorizando relações interpessoais harmoniosas, com um intuito de aumentar cada vez mais a produtividade e consequentemente o resultado final da organização. Neste caso, o ato de gerir uma pessoa deve se pautar em aspectos profissionais, mas não se pode esquecer da pessoalidade de cada funcionário.
Desenvolvendo a Liderança
Um bom gestor sabe inspirar seus colaboradores, de forma a ser transparente ao ponto de transmitir um senso de confiança para cada um. Para que isso seja possível, é importante que os funcionários estejam alinhados e se sintam parte da missão, da visão e do propósito da empresa. Visto que o sentimento de dono faz com que a pessoa entenda determinada problemática como algo o qual ela é diretamente responsável, aumentando, assim, seus níveis de motivação e empenho. Empoderar as pessoas faz com que o sentimento de pertencimento se aflore. Um grande exemplo de empresa que se destaca em tal função é a fintech Nubank. Assim como afirma Cristina Junqueira, co-fundadora da startup, o principal motivo que o fizeram atingir o sucesso foi a cultura organizacional adotada por eles. Os funcionários possuem autonomia, gera uma coletividade extremamente inovadora, sem que se faça necessário existir um departamento específico para o exercício de tal função. O capital humano é considerado a parte mais importante da organização, de forma que seus colaboradores são tratados a partir de suas diversificadas individualidades, sem que sejam restringidos a uma única visão hierarquicamente imposta.
Consolidação da Cultura
De forma geral, a cultura organizacional é um pilar estratégico fundamental para o sucesso da empresa, tanto fora quanto dentro de períodos de crise. Uma ótima forma de analisar o ambiente de trabalho é por meio da aplicação de uma Pesquisa de Clima Organizacional, a qual esclarece quais devem ser os pontos a serem desenvolvidos pela organização. Em termos de rendimento de equipe, é papel do líder ser claro nas metas estabelecidas para que o monitoramento de tais seja facilitado. A metodologia ágil pode ser uma boa alternativa nesse momento, uma vez que entregáveis mais curtos e constantes mantém a equipe unida e ativa. Além disso, é imprescindível que exista uma manutenção da saúde mental dos colaboradores. Horários de trabalho devem ser respeitados, assim como os de lazer também. Como forma de qualificar o trabalho dos colaboradores ao final de um ciclo, como em um trimestre ou semestre, por exemplo, uma possibilidade extremamente válida é através da aplicação de uma Avaliação de Desempenho. Através dessa ferramenta é possível mensurar objetivamente o trabalho de um determinado colaborador, caracterizando tal a partir de perspectivas tanto quantitativas quanto qualitativas.
A crise sob uma perspectiva positiva
Os momentos de crise já trazem consigo uma energia negativa, a qual coloca o retrocesso social em vitrine. Em meio a uma era de globalização absoluta, o que mais observamos são noticias de caráter desanimador, as quais nos fazem desacreditar de que nós enquanto sociedade podemos evoluir. Hoje em dia é extremamente fácil ser consumido por este estopim de informações, sejamos crianças, jovens, adultos ou idosos. Não podemos nos limitar a visões de mundo retrógradas e pessimistas. Enquanto indivíduos, devemos enxergar momentos adversos como catalisadores da inovação e do desenvolvimento social. E, para que isso seja possível, devemos valorizar as relações interpessoais, sejam estas de cunho pessoal ou profissional. A gestão de pessoas, em seu sentido mais literal, deve ser absorvida e praticada dia a dia, sem qualquer tipo de distinção. É justamente a partir dessa temática que nós, da Consultoria RH Junior, temos como propósito o objetivo de permitir que pessoas desenvolvam pessoas, possibilitando melhores resultados.
Por André Lima, graduando em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e ex Diretor de Relações Institucionais da Consultoria RH Junior.