A área de RH possui muitas funções dentro de uma empresa, assim, mesmo que muitos acreditem que ela é responsável apenas por aspectos burocráticos, como a folha de pagamento e contratação de colaboradores, ela também possui outras funções e tem ganhado cada vez mais espaço nas organizações. Também conhecida como Gestão de Pessoas ou Gente e Gestão, essa área é fundamental para promover a cultura, alavancar a performance dos colaboradores, reter talentos, entre outras atividades estratégicas para gerir o capital humano das empresas. Um setor de RH bem estruturado possibilita o aumento da produtividade dos colaboradores, otimização de processos e a redução de custos, impactando diretamente no caixa da organização.
Com diagnósticos internos e contratações assertivas, funcionários engajados e uma cultura organizacional bem definida, as empresas que contam com uma área de RH eficiente potencializam seus resultados econômicos até duas vezes mais do que aquelas que não dão a devida importância à gestão de pessoas. De acordo com Christian Orglmeister, um dos autores do relatório Creating People Advantage, da BCG, as organizações com os melhores índices de rentabilidade são também as que não precisam de nenhuma ação urgente em RH.
O setor de RH é como se fosse o médico da empresa, estando presente para diagnosticar as demandas internas que as outras áreas apresentam. Caso determinada área não desempenhe como o esperado, o RH entra em ação para entender se o motivo do problema está relacionado à fatores externos, motivação ou despreparo dos colaboradores. É fundamental que o RH saiba elencar prioridades e alocar seus recursos, traçando planos de ação para auxiliar a demanda interna da área em questão e para isso, é imprescindível a implantação de um mapeamento correto.
Além disso, o RH também precisa de um olhar de longo prazo, pensando no futuro da organização, em seus próximos líderes e colaboradores preparados. Hoje em dia, a maioria das pessoas são contratadas a partir das suas hard skills, que são os conhecimentos técnicos que aprenderam ao longo dos anos, como proficiência em línguas, conhecimento em softwares, edição, etc. Porém, elas são demitidas por causa das suas soft skills, que são as habilidades ligadas ao comportamento do colaborador.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Hay Group (empresa global de consultoria que investe fortemente em pesquisas), gestores que valorizam as soft skills de seus colaboradores conseguem alavancar a performance do time em mais de 30%, aumentando a produtividade e gerando melhores resultados para a empresa. Isso ocorre pois os funcionários se sentem mais valorizados e recompensados, o que aprimora a motivação e satisfação do time. Dessa maneira, é vital que todas as organizações tenham uma cultura bem definida, de modo que fique mais fácil realizar contratações mais assertivas, de colaboradores que apresentem não apenas as hard skills, mas também as soft skills necessárias para vaga.
Assegurar uma baixa rotatividade também é papel da área de Gente e Gestão, que pode ser desempenhado através de um bom plano de carreiras. Quando os funcionários não permanecem na empresa por muito tempo, não conseguem captar os valores e cultura organizacional de forma aprofundada e podem não apresentar um desempenho de suas funções da maneira mais adequada. Tal fato tem um impacto direto na produtividade e performance dos colaboradores, prejudicando os resultados do negócio. Hoje já existem estudos que comprovam estatisticamente que há um crescimento médio de pontos percentuais nos resultados financeiros de uma organização com a redução da rotatividade. Assim, propondo um planejamento de contratação e sucessão sofisticado, a organização também poupa em custos, como foi o caso da empresa automotiva Rodobens, que reduziu seus custos em 2,5 milhões de reais com o preenchimento de vagas eficaz.
Por fim, ao engajar e reter o colaborador, auxiliando no desempenho dos funcionários e dos setores da empresa, o RH consegue criar uma proposta de valor consistente. Como resultado, os índices de produtividade são alavancados e a rentabilidade organizacional é positivamente impactada, gerando um ganho indireto de caixa para a empresa, com funcionários mais produtivos e alinhados à organização.