Você tem um colaborador que zela para além da sua própria função? Um colaborador que age com inspiração e faz de tudo para ver a empresa crescer como se fosse o dono dela? Se já teve, aposto que sabe o quanto uma pessoa dessas alavancou sua empresa e caso nunca tenha passado por essa experiência, aposto que deseja ter pessoas assim em sua equipe. Independente do seu caso, ter pessoas com Senso de Ownership é essencial para atingir o sucesso no longo prazo, pois é possível maximizar resultados e obter uma satisfação intrínseca em seus colaboradores. Se você ainda não sabe o que é Senso de Ownership, leia o artigo até o final e saberá exatamente do que se trata e de como você pode obter uma equipe com essa excelente competência.
Entendendo o conceito
Afinal, o que é Ownership? Ownership, ou como mais conhecido em português, é o sentimento de dono que existe em um colaborador pertencente a uma empresa. O desejo de todo gestor é que seus colaboradores abracem suas ideias, que eles tenham os mesmos objetivos e realizem suas atividades com entusiasmo, almejando o sucesso da empresa tanto quanto o próprio CEO. É uma competência que se desenvolvida, leva o colaborador a querer o progresso constante de sua empresa, atento para que todos avancem juntos, pois estará completamente alinhado com os valores, missão e visão da empresa.
O Senso de Ownership se trata de uma forma de conduzir a vida profissional visando o sucesso coletivo. É aquele brilho nos olhos na vontade de ir além para atingir os resultados, atuando com paixão e enxergando propósito no que se faz. Esse sentimento que existe dentro de um colaborador, é único e pode impulsionar a empresa a outros patamares, pois promove a convergência dos objetivos pessoais com os objetivos da companhia. É o envolvimento verdadeiro no negócio, a compreensão da estratégia da alta gestão, a visão macro e o entendimento da importância de seu trabalho para o sucesso da empresa. É realmente pensar e agir como se fosse o dono da empresa.
Por que devo ter uma equipe com senso de Ownership?
Inicialmente, são claros os benefícios, principalmente para os colaboradores que desenvolvem esse tipo de cultura. Ao tratarem como se a empresa fosse própria, as pessoas tendem realizar suas tarefas com muito mais satisfação e envolvimento verdadeiro. Existe uma mudança de “mindset” de fazer o mínimo para a busca do aprimoramento constante das atividades. Dessa forma, se cultiva o senso de responsabilidade interno atrelado à satisfação de colher frutos de um trabalho bem feito. Além disso, esses profissionais possuem altas chances de alcançarem cargos de alta gestão dentro das empresas. A atitude de dono os impulsiona em suas carreiras a partir de uma visão do longo prazo que abre portas para excelentes oportunidades.
Para uma empresa, são inúmeros os retornos de cultivar essas características em sua equipe. Primeiramente, quando se fala de clima organizacional, ter o sentimento de dono presente nos colaboradores é uma das melhores soluções para manter um clima saudável. Torna-se, assim, um ambiente muito mais positivo e agradável de se trabalhar, garantindo uma maior realização pessoal para todos. Manter seus colaboradores felizes já é uma grande conquista, porém também se atinge a autonomia no trabalho. A motivação de obter resultados se torna independente de ordens de alguém de maior hierarquia, criando um time independente e confiável para que se execute o trabalho mesmo na ausência dos gestores; diga adeus ao micro gerenciamento.
Como um todo, profissionais dotados do sentimento de dono tendem a focar mais nos resultados, a melhorar sua performance, cuidar da imagem da empresa e, consequentemente, reduzir custos e maximizar receita.
Como garantir o Senso de Ownership em meus colaboradores?
Realmente são muitos os benefícios de uma equipe com senso de dono, e pode parecer difícil de encontrar isso em um profissional. Porém, a realização de um bom processo seletivo é um grande divisor de águas para que isso aconteça.
É menos complexo recrutar colaboradores que já possuem tendência de sentimento de dono do que despertar isso por inteiro em um profissional. É de extrema importância que sejam analisadas as competências dos candidatos cuidadosamente para que sejam contratadas pessoas que tenham esse perfil de autonomia, longo prazo, proatividade e engajamento na carreira.
- Criação de um propósito
Profissionais que executam suas funções sem o verdadeiro propósito por trás, tendem a produzir menos, focam no curto prazo e principalmente, tendem a viver insatisfeitos. Dessa forma, é crucial que se procure alinhar os objetivos individuais com o da empresa para que se exista o desejado brilho nos olhos em seus colaboradores. As funções diárias devem ser encaradas como o caminho para alcançar os objetivos almejados e diariamente devem existir as perguntas: por que estou exercendo meu trabalho? Qual o propósito por trás? Quais os impactos e aonde quero chegar? Por fim, os valores, a missão e a visão da empresa devem estar muito bem definidos e devem ser aplicados diariamente para que facilite essa conexão entre propósitos.
- Transparência e comunicação
Investir em um estilo de hierarquia horizontal é essencial para desenvolver o sentimento de dono nos colaboradores. Além disso, manter transparência a todo custo e ter uma comunicação eficiente com sua equipe são ideais para isso. Quando se trata de transparência, procure sempre que possível informar constantemente sobre os acontecimentos da empresa e eventuais projetos. Seja através de canais de comunicação ou reuniões, mantenha todos atualizados para que não existam surpresas ou descontentamentos. Além disso, promova espaço para a reflexão individual de cada profissional para que haja questionamentos estratégicos voltados para melhorias. Para que se tenha colaboradores com sentimento de dono, deve se manter claro através da comunicação os objetivos e caminhos a serem alcançados, porém lembrando de nunca chefiar, mas sim conduzir e incentivar. A ausência desse alinhamento leva a divergência da cultura de Ownership.
- Capacitação de líderes
Obter líderes na sua equipe, sejam eles formais ou informais, é o que formará uma equipe de alta performance e consequentemente irá estimular o sentimento de dono. Assim, deve ser incentivada a liderança dentro da empresa para todos os colaboradores, de forma que criem autonomia e senso crítico. Profissionais que agem como líderes se aproximam cada vez mais de trazer as responsabilidades da empresa para si, como se fossem os próprios donos. Estes estimulam a produtividade e engajamento no que os cercam, e contribuem para que se estabeleça uma cultura pró resultados alinhada ao propósito de exercer as funções por algo maior. Caso queira entender mais sobre liderança no mundo corporativo leia também nosso outro artigo: “Como uma boa liderança pode influenciar sua empresa?”
- Reconhecimento e Feedbacks
Por fim, incentivar o Senso de Ownership também depende muito do reconhecimento que é feito aos colaboradores e os feedbacks que são passados. Crie uma cultura de avaliação dos colaboradores e que a partir dela possa reconhecer a partir de metas e conquistas atingidas para que os profissionais se sintam valorizados. Nesse caso, aproveite para reconhecer colaboradores que tenham incorporado o sentimento de dono e dessa forma fará com que outras pessoas procurem realizar o mesmo. Prêmios, divulgação interna e possibilidade de ascensão de cargos são boas opções para reconhecimento.
Ademais, feedbacks se tornam essenciais para os colaboradores entenderem sobre seu desempenho. Procure informar o que o colaborador está exercendo bem e o que pode ser melhorado, a fim de sempre desenvolver a sua equipe. Um ponto importante é que você também esteja aberto para feedbacks. Deixe claro que da mesma forma que passará feedbacks para desenvolver seus colaboradores, também está apto a receber deles para poder se aprimorar.
O Senso de Ownership deve ser cultivado e estimulado de forma corriqueira na empresa, se tornando uma competência intrínseca para todos. A partir da adesão do sentimento de dono nos colaboradores, as empresas podem chegar a patamares nunca antes esperados.
Por André Frangipani, graduando em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e Consultor na Consultoria RH Junior.
