A realidade é percebida através do condicionamento, ou seja, por meio do processo no qual uma resposta-alvo é atingida com o auxílio de estímulos propagados repetidamente, eliciando uma resposta não inata. Sendo assim, nota-se que a aprendizagem permite que novos reflexos surjam no repertório comportamental dos indivíduos e, diante de uma percepção singular destes sobre o meio no qual estão inseridos, acabam por moldá-lo de acordo com suas interpretações.
A partir desta compreensão, constituem-se padrões mentais que acabam por programar respostas semelhantes constantemente, como o estabelecimento de hábitos, crenças e formas de pensar. A reprogramação mental, portanto, se faz necessária quando tais condicionamentos resultam por influenciar negativamente o rendimento pessoal, impossibilitando mudanças construtivas, mediante à limitação e resistência em aderir ao novo.
O cérebro, no entanto, ao reconhecer as mesmas informações, assimila que uma solução ou ideia compartilhada intensamente é mais aceita em comparação às que não surgem com tanta frequência, o que proporciona uma padronização mental conjunta que repercute o conservadorismo de ideias e atitudes. Por conseguinte, um conceito estipulado e compartilhado em um meio social torna-se comum para a maioria, porém quando em contato com perspectivas divergentes, a flexibilidade se faz necessária a fim de que tais padrões não sejam prejudiciais às relações e ao autodesenvolvimento. Deste modo, bons relacionamentos podem ser constituídos no ambiente de trabalho, uma vez que aspectos como empatia, resiliência e profissionalismo também serão potencializados.
Com o intuito de se estabelecerem mudanças comportamentais, a reprogramação poderá ser efetivada a partir do desejo e empenho individual, tendo este como o único agente responsável por seus atos e pensamentos. Para isso, o exercício de observar com uma concepção correspondente à estabelecida, a qual minimiza o controle da alteração, pode ser convertida ao estipular-se a importância da comunicação interpessoal para o aumento de repertório.
Desta forma, sistemas de feedback e o exercício da compaixão se fazem fundamentais para o entendimento da sua posição e do outro, possibilitando dar e receber oportunidades de crescimento, ao passo que o entendimento sob aqueles que estão à sua volta pode funcionar como um gatilho para uma autopercepção e, consequentemente, possibilitando uma transição de mentalidade.
Em síntese, disponibilizar-se a conhecer aspectos que não são reconhecidos de prontidão é fundamental para que a reprogramação mental se concretize, visto que possui extrema relevância ao discernir que a capacidade cognitiva pode se expandir. Ao inserir esta prática no âmbito empresarial, conhecer a realidade do que é distinto pode promover grandes avanços para o próprio desenvolvimento da empresa . Ademais, à medida que os condicionamentos anteriormente vigentes que obstruem o crescimento são suspensos, questões como a desmotivação, o conservadorismo, o não atingimento de metas e a não interação entre colaboradores, podem ser cessadas, promovendo maior sucesso empresarial.
Por Beatriz Santangelo Mauricio, graduanda em Psicologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie e Coordenadora da área de Recursos Humanos na Consultoria RH Junior.