Atualmente, o quadro de colaboradores de grande parte das empresas é formado por diferentes gerações: a Baby Boomer, que surgiu após a Segunda Guerra Mundial; a geração X, que teve origem em meados da década de 60; além da Y, que nasceu entre a década de 80 e meados de 90, vivenciando um mundo bem diferente das anteriores, onde a tecnologia passou a se desenvolver e estar cada vez mais presente no dia-a-dia. Cada um desses grupos foi estimulado de formas diferentes, além de ter crescido e desenvolvido comportamentos e preferências distintos.
A convivência entre gerações, com diferentes pontos de vista e condutas, pode ser extremamente benéfica ao estimular a criatividade e inovação e possibilitar a formação de equipes com diferentes maneiras de pensar sobre uma situação ou um problema. Essa relação pode instigar o trabalho produtivo em grupo e, com isso, trazer diversos benefícios às organizações.
Essa situação, no entanto, também pode ter consequências negativas, que impactam as relações de trabalho e são um obstáculo para o desenvolvimento das empresas. Isso pode ocorrer por conta de diversos fatores e características que diferenciam principalmente os dois grupos da extremidade. Enquanto os Baby Boomers buscam estabilidade em suas posições nas empresas e valorizam a experiência dos colaboradores, a geração Y é mais inquieta, está sempre em busca de mudanças e admira a inovação. Levando em consideração essa conjuntura, a pergunta mais importante é: como fazer essa convivência entre gerações ser saudável e benéfica?
O resultado dessa interação vai depender, em grande parte, de como a empresa lida com os diferentes perfis. O primeiro passo é buscar entender de forma mais aprofundada de que maneira essas gerações distintas compõem os grupos de trabalho. A partir daí, é necessário fomentar o diálogo, sem subestimar o papel estratégico que o líder pode exercer como intermediário.
A gestão de pessoas, nesse contexto, pode atuar de diversas formas, sendo uma delas a elaboração de Avaliações de Desempenho que valorizem características como a comunicação e a cooperação. Além disso, é interessante que as empresas adaptem seus processos de seleção de acordo com os atributos, competências e habilidades que buscam em novos candidatos, sem esquecer que é também nesse momento que eles têm a possibilidade de conhecer melhor a organização, e buscar nela algo que os atraia. Portanto, a adaptação de processos seletivos pode ser uma vantagem competitiva relevante para as organizações.
Com o diálogo e o entendimento das diferentes características dos colaboradores, assim, é possível mesclar talentos distintos e que se complementam. É necessário levar em consideração, também, a importância da paciência e compreensão durante esse processo, principalmente por parte dos líderes, mas sem excluir os demais envolvidos. Unindo tudo isso ao bom uso de ferramentas de Recursos Humanos, portanto, é possível chegar a bons resultados, impulsionando relações de trabalho produtivas.
Por Paula Nicchio, graduanda em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e Consultora Sênior da Consultoria RH Junior.