Existem índices que servem como forma de medir o nível de diversidade de uma empresa. Mas qual seria o real significado dessa palavra, e qual é sua verdadeira importância no âmbito empresarial? Pode ela ser um fator de impacto na produtividade? Aumenta a motivação dos membros ou é mais fácil trabalhar com semelhantes? Somente empresas com causas de inclusão devem se preocupar com essa questão? De quem é o papel de incentivar a diversidade? Seria esse incentivo papel de todos? Como cumpri-lo?
A DiversityInc publica anualmente a lista das 50 melhores empresas no que tange suas práticas de diversidade e inclusão. Estar em uma boa colocação nesse ranking significa atrair investimentos e melhorar as chances de fechar negócios e parcerias, independentemente do core business da empresa.
A Fibria quebra a falsa ideia de que apenas empresas voltadas para a manutenção da sociedade como ONGs devem dar importância à questão. Por ser uma empresa que extrai celulose de árvores e a transforma em papel, nenhuma relação esboça com diversidade, a princípio, em seus valores. No entanto, a quantidade de reconhecimentos e prêmios que envolvem compliance e incentivo à diversidade justifica o fato de ser uma referência mundial. Relações de parceria, por exemplo, são impulsionadas se relacionando muitas vezes com terceirização de serviços. Isto, acaba por melhorar a sua imagem e consequentemente abre portas.
Vale explorar a importância de um entendimento amplo da palavra diversidade, que não assume apenas forma de diversidade cultural, mas também biológica, étnica, linguística, religiosa, e que perpassa, voltando ao âmbito de organizações, à uma mera meta de quantidade de colaboradores com deficiência. Os benefícios de uma pluralidade de visões sobre determinados problemas são imensuráveis, e uma noção de empatia mútua propulsiona a sinergia e o trabalho em equipe. Nesse sentido, o exemplo da Kaiser Permanente, empresa do setor de saúde sem fins lucrativos, evidencia a importância da diversidade no mundo corporativo para o atingimento de um alto patamar, já que entre os 14 executivos que dirigem a empresa, há três negros, dois latinos, dois asiáticos e cinco mulheres.
Qualidades técnicas diversas em um grupo também são indispensáveis, que mais concretamente se veem em pluralidade de currículos e formação. Os problemas encontrados no dia a dia de uma empresa, cada vez exigem uma competência e um entendimento: há momentos de criatividade, há momentos de protocolo, há momentos de ousadia e de arriscar, assim como também os de pé no chão e da análise fria de dados. Por isso faz todo o sentido uma empresa como a Consultoria RH Junior, voltada para recursos humanos, possuir graduandos tanto de Administração quanto de Psicologia.
Existem métodos diversos para instaurar a diversidade no meio empresarial. A área de Recursos Humanos da empresa pode, por exemplo, implementar bonificação de gerentes atreladas à metas de diversidade ou a promoção de treinamentos que os atente à questão. Contudo, para que isso seja eficaz é primordial que a diversidade seja valor e parte da cultura da empresa, na qual os membros tenham plena consciência do quão produtiva e competitiva uma empresa pode se tornar ao ter pluralidade de pensamentos e uma escuta cuidadosa.
É inegável que a identidade de um país está diretamente relacionada às empresas que atuam nele, responsáveis por atrair investimentos externos e fazer a nação prosperar. Da mesma maneira, em certa medida, as empresas são o espelho do país por serem movimentadas por pessoas, e seguindo essa linha de raciocínio, ter empresas com capital humano diverso e socialmente responsável significa ter uma sociedade diversa e inclusiva.
Por Lucas Schneider, graduando em Administração de Empresas na Fundação Getulio Vargas e Consultor na Consultoria RH Junior.